O cérebro tem fome de conhecimento da mesma maneira que o estômago é para comer?

Vários estudos sobre a curiosidade em humanos mostram que ela é uma força motriz para o avanço do intelecto humano, na verdade, desde a aprendizagem desde a infância.

“Não tenho nenhum talento especial. Estou apenas apaixonadamente curioso. ”Esta famosa citação de Albert Einstein resume a natureza curiosa dos humanos em apenas nove palavras.

Mas o que ele pode não ter percebido é a importância daquela curiosidade desenfreada que leva ao desenvolvimento do intelecto humano.

A mão de Eva alcançando a maçã proibida (Andrea Danti) s

Eva tentando “provar” o conhecimento das frutas (Crédito da foto: Andrea Danti / Shutterstock)

Você já se perguntou se a mente sempre quer saber mais? Quando você é o único a quem seu melhor amigo confiou um segredo, não sente uma estranha sensação de satisfação?

Esse imenso sentimento de curiosidade se espelha em muitos de nossos mitos, como se tivesse um caráter sedutor.

Veja Eva, por exemplo. Ela só precisava saber quais segredos a Árvore do Conhecimento guardava. Ou Orfeu quando tentou resgatar Eurídice. Ele tinha vindo até o submundo. Certamente não havia como ele resistir a dar uma olhada, não é?

Nem Pandora, apesar de todas as advertências estritas que recebeu. Ela só precisava saber o que havia na caixa!

Curiosidade – uma parte inata da natureza humana

Embora esses mitos façam parecer que ser curioso pode ser uma das piores características que uma pessoa pode ter, a pesquisa científica sugere o contrário. Na verdade, é uma parte fundamental da natureza humana, apoiar uma série de vários comportamentos intelectuais que vão desde a aprendizagem precoce em crianças até descobertas científicas.

Afinal, Newton não teria descoberto a gravidade se não tivesse permissão para ficar curioso.

Uma meta-análise mostrou que a curiosidade intelectual prediz o desempenho acadêmico acima e além da inteligência, juntamente com estudos de apoio que mostram os benefícios da curiosidade em aumentar a consolidação de longo prazo da aprendizagem e da memória. Na verdade, a literatura empírica mostrou que há muitos resultados positivos associados à curiosidade. (Fonte)

Então, o que nos leva a saber mais e mais?

Bem, parece que nosso cérebro busca o conhecimento da mesma forma que o estômago olha os alimentos.

O cérebro fica com fome

Imagine que você está em sua última palestra do dia. E as dores da fome atingiram seu nível mais alto. A campainha toca e a primeira coisa que você faz ao sair correndo é remover a barra de chocolate que você estava desejando e dar uma mordida.

Você sabe do que eu estou falando. Conforme o açúcar entra em ação, você sente uma sensação inata de prazer, e essa sensação é refletida quando seu cérebro recebe qualquer nova informação!

Bem, vamos tentar descobrir como isso acontece.

Apesar de haver uma variedade de teorias sobre o construto e a origem da curiosidade, parece haver um consenso crescente de que, como a comida e outras recompensas extrínsecas, a curiosidade pode ser vista como um processo de aprendizagem por recompensa para a aquisição de conhecimento. O que basicamente se traduz em pessoas entusiasmadas em saber coisas porque a aquisição desse conhecimento serve como uma recompensa.

Foi observado que tanto os animais quanto os humanos estão dispostos a arriscar pequenas quantias para satisfazer sua curiosidade sobre uma recompensa futura, apesar de saberem que o resultado permanecerá inalterado. Por exemplo, pagar a um cartomante para saber se você vai ganhar na loteria não alterará os resultados reais da loteria.

Em umestudo deimagem cerebral que gira em torno da curiosidade e da recompensa, Johnny King Lau e seus colegas descobriram que a curiosidade parece ser impulsionada pelo mesmo processo neurobiológico da fome.

Em um experimento comportamental simples, primeiro mostravam aos sujeitos truques de mágica ou imagens de comida tentadora, seguidos por uma roda de loteria (a roda era uma representação visual das probabilidades de uma aposta, que eram variáveis).

Se ganhassem, teriam maior chance de comer a comida ou aprender o truque; e se perdessem, sofreriam um leve choque elétrico. Semelhante a um jogo de roleta, não acha?

O estudo mostrou que as habilidades de tomada de decisão dos voluntários eram influenciadas pela ideia de comer ou aprender sobre o novo truque. E apostou apesar do risco de receber um choque elétrico. Outro estudo foi realizado pelo Sr. Lau e, desta vez, os cérebros dos voluntários foram escaneados.

Os resultados deste estudo mostraram que influenciados pela fome ou curiosidade, sempre que os sujeitos decidiam apostar, havia maior atividade em uma região do cérebro denominada striatum (associada à motivação e recompensa).

Como a dopamina afeta o processo de busca de conhecimento?

Outra coisa interessante que nosso cérebro faz quando recebe novas informações é liberar dopamina (a substância química que induz o prazer), tornando a busca de informações muito parecida com a de comer; outra atividade prazerosa.

Outros pesquisadores descobriram que, junto com o sistema de recompensa, regiões do córtex pré-frontal do cérebro (dedicadas à memória de trabalho) nos permitem distinguir entre estímulos novos e experimentados anteriormente que desempenham um papel na geração de curiosidade. Segundo esses pesquisadores, o giro denteado (uma parte do hipocampo), é o centro mais responsável pela curiosidade.

Na verdade, em2009, os pesquisadores descobriram que o aumento da expressão de uma proteína que interage com a dopamina no giro denteado aumentou significativamente a curiosidade em animais, reiterando a correlação entre curiosidade e dopamina. No entanto, como exatamente a dopamina desempenha um papel e outros aspectos da curiosidade ainda permanecem um mistério.

Mas considerando como a própria curiosidade é considerada a força motriz do intelecto humano, incluindo a curiosidade científica, é seguro dizer que a própria curiosidade ajudará a descobrir a curiosidade.

E lembre-se, mesmo que o idioma diga: “Acuriosidade matou o gato….”, Termina com…. satisfação trouxe de volta”.

Referências:

  1. National Institutes of Health (Link 1)
  2. National Institutes of Health (Link 2)
  3. Nature.Com
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