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O que é a Mesopotâmia?

O que é a Mesopotâmia?
A Mesopotâmia é uma antiga região do Oriente Médio , compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, e onde predominavam condições semelhantes ao Egito, pois os dois rios forneciam facilidades para o transporte de mercadorias e as aves ribeirinhas e os peixes eram abundantes. O regime dos rios está preso ao derretimento da neve das grandes altitudes, onde se situam suas cabeceiras, inundando as terras e propiciando a abertura de canais de irrigação e a construção de diques.

Apesar da presença das enchentes periódicas dos rios, a Mesopotâmia apresentou certas dificuldades ao estabelecimento de populações ribeirinhas, pois essas cheias eram irregulares. Além disso, o clima mais seco e as doenças tropicais tornavam o trabalho do solo mais difícil, apesar de sua fertilidade.

O mapa ao lado, no espaço assinalado por uma meia-lua, mostra a fertilíssima região compreendida entre os rios Tigre, Eufrates e Jordão, denominada “Crescente Fértil”. Aí desenvolveram-se importantes civilizações, que lançaram os fundamentos da história dos homens.
Sumérios, acádios, amoritas, cassitas, assírios, caldeus e mais um sem-número de tribos lutaram pela posse das terras aráveis. Os povos das planícies, agricultores, viviam assediados desde a época dos primeiros estabelecimentos humanos na área pelos povos das montanhas, que viviam mais do saque e do pastoreio.
As civilizações da Baixa Mesopotâmia puderam desenvolver-se mais, notabilizando-se por seus aspectos econômicos e culturais. Surgiram, assim, importantes sociedades hidráulicas, com a instituição de um Estado baseado na posse das terras e no controle das águas dos rios.
Crescente fértil - rios Tigre, Eufrates e Jordão
Estendendo-se da Mesopotâmia em direção ao vale do rio Indo, encontra-se o Planalto Iraniano. Grande parte dele está acima de 2.000 metros: aqui e ali surgem bruscas elevações, cujos vales são regados pelos rios que buscam o mar. A região toda é pouco irrigada e por isso grande parte dela é desértica.
A partir do II milênio a.C., essa região foi ocupada por tribos de pastores de origem ariana, os quais deram origem a dois remos distintos: ao norte, a Média; e ao sul, a Pérsia .


Civilizações Mesopotâmicas

Os Sumérios Acadianos

Os sumérios fixaram-se na Caldéia por volta de 3500 a.C, fundando diversas cidades-estados, como Ur, Urux, Nipur e Lagash. Cada cidade-estado era governada por reis absolutos (com total poder em suas mãos), chamados Patesi. que lutavam entre si pelo predomínio na Caldéia. Foram os sumérios os criadores da escrita mesopotâmica, a escrita cuneiforme.
Por volta de 2300 a.C, os invasores acádios conquista­ram a região, onde se destacou o rei Sargão I, o “soberano dos quatro cantos da terra”, o primeiro rei mesopotâmico. Novas invasões estrangeiras arruinaram o Império Acádio, e em bre­ve os sumérios ressurgiram, com destaque para o governo de Dungui. Mas logo vieram outros invasores: desta vez os amoritas, que fundariam o Primeiro Império da Mesopotâmia.

O Primeiro Império Mesopotâmico

Os amoritas submeteram os sumérios-acadianos e trans­formaram a sua cidade da Babilônia em capital do Império. À força das conquistas, o comércio cresceu e a Babilônia trans­formou-se num dos principais centros urbanos e políticos da Antiguidade, o Império Babilônico . O mais destacável imperador amorita foi Hamurabi (1792-1750 a.C), que, além de estender as fronteiras do Império desde o Golfo Pérsico até a Assíria, elaborou o pri­meiro código completo de leis. O “ código de Hamurabi “, consi­derado o maior ordenamento jurídico da Antiguidade Oriental, era composto de 282 leis, muitas das quais compiladas do di­reito sumeriano, e incluía a conhecida “lei de Talião” — “olho por olho, dente por dente…” Hoje, o Código de Hamurabi, gravado num monumento de uma só pedra encontrado em 1901, está no museu do Louvre, em Paris (França).
Após Hamurabi, o Império foi golpeado por várias inva­sões, como a dos hititas e a dos cassitas, acabando por desa­parecer.

O Império Assírio

Os assírios formavam um povo que antes de 2500 a.C. se estabelecera no norte da Mesopotâmia, na região de Assur. Eram guerreiros, famosos pela crueldade com que tratavam os povos vencidos. Sob governo de Sargão II, os assírios conquis­taram o Reino de Israel; no governo de Tiglatfalasar, tomaram a cidade da Babilônia. Dois outros importantes soberanos assí­rios foram Senaqueribe, que transferiu a capital de Assur para Nínive, e Assurbanípal, construtor da famosa biblioteca de Nínive e conquistador do Egito. Após a sua morte, o Império entrou em lento declínio, com diversas revoltas internas. Final­mente, Nabupolasar, comandando os caldeus e contando com a ajuda dos medos, destruiu o Império Assírio, inaugurando o Segundo Império Babilônico (612 a.C).

O Segundo Império Babilônico

Derrotados os assírios, a Babilônia voltou a ser a capital da Mesopotâmia, agora sob o domínio dos caldeus. O apogeu do www Império Babilônico se deu com Nabucodonossor (604-561 a.C). Durante o seu reinado, a Palestina foi con­quistada e seu povo, o hebreu, transportado como escravo pa­ra a Babilônia; foi o chamado “Cativeiro da Babilônia”. Nabucodonossor foi o responsável, também, pela construção dos “Jardins Suspensos da Babilônia”, considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo. Após a morde de Nabucodonossor, iniciou-se a decadência do Império Caldeu (ou Babilônico). Em 539 a.C, a Babilônia foi conquistada pelos Persas, comandados pelo imperador Ciro I. Foi o fim da Mesopotâmia com autonomia política, transformada em província persa.


A Economia e a Sociedade da Mesopotâmia

A atividade econômica principal era a agricultura, produ­zindo sobretudo trigo e cevada. O artesanato e o comércio atingiram alto grau de desenvolvimento, transformando a Ba­bilônia num dos grandes centros comerciais da Antiguidade. A sociedade possuía uma estrutura piramidal, como a egípcia: no topo, o rei e a elite econômico-militar que faziam parte do Es­tado; na base, os camponeses, servindo coletivamente o gover­no, e também os escravos.
O governo era uma monarquia teocrática, absoluta, mas com uma religiosidade menos acentuado que a do Egito. O rei absoluto, os funcionários públicos e os sacerdotes formavam uma aristocracia controladora das melhores terras e de toda a produção. Compunham a elite social mesopotâmica, subjugan­do a grande massa de camponeses e escravos.


A Religião Mesopotâmica

Quase toda a cultura dos povos mesopotâmicos descende dos sumérios, inclusive a religião. Acreditavam em vários deu­ses (eram politeístas), representantes de vários astros. Os prin­cipais eram: Marduk, o deus da Babilônia e do comércio; Samash, o sol; Anu, o céu; Enlil, deus do ar; Ea, da água; Ishtar, deusa do amor e da guerra; e Tamus, deus da vegetação.
Os mesopotâmicos criaram o mito de Marduk e a lenda do Dilúvio: acreditavam que o deus Marduk fora o criador do céu e da terra, dos astros e do homem, e que ajudara Gilgamés a sobreviver ao dilúvio em uma arca com vários animais e membros de sua família.
Para os mesopotâmicos, a religião servia para obter re­compensas terrenas imediatas; não acreditavam na vida após a morte. Os rituais religiosos, comandados pelos sacerdotes, fa­ziam dos templos (zigurates) o eixo da religiosidade mesopotâ­mica. Esses templos às vezes compreendiam também celeiro, armazém e oficinas, neles se definindo o estoque e a distribui­ção do excedente agrícola tomado dos camponeses.

Ciências – Artes – Escrita

Para conhecer o regime das cheias do Tigre-Eufrates, para calcular a movimentação dos astros, os mesopotâmicos desen­volveram um conhecimento científico respeitável. Os sacerdo­tes, a partir das observações feitas do alto dos zigurates, desenvolveram a astronomia, descobrindo cinco planetas, divi­dindo o círculo em 360 graus, criando o processo aritmético da multiplicação e dividindo o dia em 12 horas de 120 minutos cada uma. Como acreditavam na influência dos astros sobre o dia-a-dia das pessoas, criaram a astrologia, o uso dos horósco­pos, elaborando os 12 signos do zodíaco. Na matemática, além da multiplicação, criaram também a raiz quadrada e a cúbica.
Na arquitetura, inovaram com a aplicação do sistema de arcos, abóbadas e cúpulas, e, na escultura, com o uso do baixo-relevo em trabalhos de cerâmica, marfim e metais preciosos. Na literatura, destacaram-se “O Mito da Criação” e a “Epopeia de Gilgames”. No Direito, o “Código de Hamurabi” sobressai como a maior obra jurídica da região.
A escrita cuneiforme, criada pelos sumários, acabou sen­do usada por vários povos vizinhos, e sua decifração foi feita em 1847 pelo sábio inglês Rawlinson, que se utilizou de uma inscrição em babilônio e persa, no rochedo de Behistur.
Por: Renan Bardine

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